
O Yoga é uma das disciplinas que mais crescem no mundo. Nos Estados Unidos, já são mais de 20 milhões de praticantes e, segundo estimativas recentes, essa tendência de crescimento irá se manter, no mínimo, por mais dez anos. Aqui no Brasil não é diferente, e esta visão libertadora e forma saudável de viver atrai cada vez mais adeptos. A pergunta que muitos se fazem é qual seria o tipo de Yoga mais adequado para cada um. Aqui no yoga.pro.br, ouvimos com bastante frequência perguntas e consultas sobre este tema, uma vez que é muito fácil para o iniciante se perder na miríade de sistemas, nomes e ensinamentos disponíveis. Para esclarecer o panorama, disponibilizamos este texto, com o intuito de orientar àqueles que gostariam de se iniciar neste lindo ensinamento e nesta prática milenar, fazendo uma breve descrição dos métodos disponíveis hoje. É preciso esclarecer aqui que esta lista não está completa: ela inclui apenas as modalidades mais conhecidas e praticadas na atualidade.
A verdade é que nem todas as formas de Yoga são boas para todo o mundo. Existem diferentes tipos de prática, que se adaptam às possibilidades e necessidades de cada um. Diferentes formas de Yoga não dão os mesmos resultados com as mesmas pessoas e não há consenso sobre o que deveria ser ensinado em uma aula de Yoga. Portanto, a modalidade de Yoga escolhida deve estar em função das expectativas e necessidades do praticante. Os efeitos e benefícios do Yoga, não obstante, estão acessíveis para todos, independentemente da idade ou do estado físico de cada pessoa. Basta apenas saber escolher a modalidade que melhor se adapta às necessidades e possibilidades de cada um. Antes de mais nada, é preciso ter claro o que você quer da prática. Os objetivos mudam de pessoa para pessoa. Você pode querer praticar impelido por uma destas motivações:
Melhorar a qualidade de vida ou gerenciar o estresse.
Manter a saúde e a vitalidade por uma disciplina não convencional.
Buscar um complemento para um treinamento físico.
Para algum tratamento terapêutico, ou por indicação médica.
Procurando um caminho para o autoconhecimento e a liberdade.
Este último ponto é o fundamental: originalmente, o Yoga tem como objetivo principal mostrar para a pessoa que ela já é livre, plena e feliz. É, portanto, uma espiritualidade libertadora, que nada tem a ver com religião, doutrinamento ou ideologias sectárias. Infelizmente há algumas seitas intolerantes no meio do Yoga, das quais recomendamos que o amigo leitor se mantenha afastado.
É lógico que, quanto maiores forem as suas expectativas, mais cuidadosamente você deverá procurar. Se quiser praticar para manter a forma ou combater o estresse, algumas sessões semanais de āsanas farão o trabalho. Nesse caso, ou se você tiver algum problema de saúde ou ficou parado por um tempo, é aconselhável fazer um exame médico antes de iniciar. Se estiver procurando uma prática desafiante e vitalizadora, onde possa explorar e extrapolar seus limites físicos através de ásanas mais potentes, algumas formas Yoga, como o Aṣṭāṅga Vinyāsa, podem ser extremadamente exigentes, adequadas para atletas e pessoas que gostem de trabalhar o corpo com disciplina e intensidade.
Porém, lembre que o Yoga não é uma atividade física, mas uma disciplina de autoconhecimento que usa o corpo como ferramenta para colocar na prática o ensinamento libertador e as atitudes que configuram um estilo de vida em harmonia com as pessoas e o mundo. Se você tiver praticado durante um tempo, sentido os benefícios do Yoga e quiser continuar sozinho, é recomendável mesmo assim que, de tempos em tempos, faça um workshop ou aula para corrigir eventuais erros que você mesmo possa não estar percebendo. Se for o caso de usar Yogaterapia por indicação médica, se recomendam uma ou duas sessões diárias de exercícios específicos que incluam ásana, pránáyáma e yoganidrá, bem como aconselhamento alimentar. O professor, nesse caso, precisa ter muito estudo e experiência no assunto. Há professores que prefiram negar os efeitos terapêuticos do Yoga, o que é muito mais fácil que estudá-los.
Haṭha Yoga A prática de Haṭha Yoga, da maneira que é abordada tradicionalmente, tem um ritmo tranquilo, pautado pelos próprios praticantes. A saúde, o relaxamento e a redução das tensões constituem o foco desta modalidade. O intenso trabalho respiratório e o relaxamento consciente auxiliam no combate ao estresse. Esta é uma ótima opção para iniciantes e pessoas com alguma limitação (problemas de coluna, cardiopatias, etc.), embora não possua finalidade de cura, como é o caso da Yogaterapia. As técnicas de relaxamento e meditação também estão presentes em muitos casos, aprimorando a integração entre corpo, mente e emoções. Aṣṭāṅga Vinyāsa Yoga Este sistema, oriundo do sul da Índia, está baseado em seis séries de āsanas de exigência profgressiva, nas quais cada praticante trabalha em seu próprio ritmo, através de uma técnica chamada vinyāsa, que consiste em coordenar respiração e movimento. O Aṣṭāṅga Vinyāsa é o mais exigente de todos os métodos no plano físico. Aconselha-se ter algum preparo físico, fólego e estabilidade articular antes de começar.
Power Yoga O Power Yoga nasceu nos Estados Unidos como uma adaptação mais acessível do Aṣṭāṅga Vinyāsa para aqueles que não querem ou não podem fazer uma prática tão exigente, mas que fosse ainda bem intensa. Através da respiração e da execução de posturas combinadas com movimento, o praticante desenvolve resistência, força, flexibilidade, consciência respiratória, concentração e vitalidade. Muitos, porém não todos os professores de Power Yoga incluem meditação nas suas aulas. Iyengar Yoga O Iyengar Yoga é o método de exigência física moderada, criado pelo professor indiano BKS Iyengar. Uma das características marcantes dele é o conceito de alinhamento. As práticas de prāṇāyāma são ensinadas separadamente dos āsanas. Os métodos de Hatha Yoga acima citados incluem não somente a prática das técnicas físicas, chamadas āsanas, mas igualmente exercícios respiratórios e relaxamento (chamados
prāṇāyāmas e yoganidra, respectivamente). Os métodos podem ter abordagens diferentes, dependendo de onde cada professor coloca a ênfase.
Yogaterapia Integrativa Desenvolvido nos Estados Unidos por Joseph Lepage, esse método coloca a ênfase no processo da cura, trabalhando em todos os níveis do ser humano: físico, mental, emocional e espiritual. Joseph diz que "a cura acontece quando estabelecemos contato com a parte mais profunda de nós mesmos? Um exemplo desta abordagem terapêutica é ensinar pessoas com problemas cardíacos a tornarem-se mais conscientes da sua condição em todos os níveis, melhorando a qualidade de vida e usando técnicas respiratórias, exercícios adequados e meditação com foco na cura do coração. Viniyoga A palavra Viniyoga designa uma aproximação à prática focada no indivíduo, levando em conta suas aspirações, suas possibilidades, sua saúde, seu entorno, sua forma de vida e sua cultura. a prática de viniyoga respeita o ritmo de evolução de cada um. nas práticas, as posturas físicas são sincronizadas com a respiração em seqüências que são montadas em função das necessidades de cada praticante. este método inspira-se nos ensinamentos do mestre T. Krishnamacharya. Kripalu Yoga Prática em três estágios baseada nos ensinamentos do mestre Kripalvananda. Os três estágios do Kripalu incluem: prática firme (com foco no alinhamento, a respiração e a atentividade); entrega (permanência nas posturas, superando limites, aprofundando a concentração e o foco no processo interno de pensamentos e emoções); e meditação em movimento. As tensões internas são completamente eliminadas do corpo, desenvolvendo confiança na sabedoria corpórea necessária para conduzir o praticante ao estado de meditação profunda. Sivananda Yoga Trata-se de uma prática de síntese dos principais ramos do Yoga tradicional (Karma, Bhakti, Hatha, Raja e Jñana Yoga), segundo o mestre Swami Sivananda. Este método foi elaborado na conhecida Yoga Vedanta Forest Academy de Rishikesh, Índia. Trazido pela primeira vez ao ocidente em 1957 por Swami Vishnu Devananda foi logo adaptado às necessidades da sociedade atual, propondo uma atenção especial a cinco pontos: 1) exercício, 2) respiração, 3) relaxação, 4) alimentação, e 5) meditação. Estes pontos visam sobretudo a propor um estilo de vida focado no propósito do Yoga. As aulas práticas são estruturadas em uma série de 12 āsanas principais (com variações), precedidos pela saudação ao sol e respiratórios. Há também uma ênfase no aprendizado dos mantras tanto em forma de canto como para suporte à meditação. Como escolher um bom professor? Usando o bom senso e a capacidade de observação para escolher. Vendo se você se sente confortável na escola de Yoga que visitar. Perguntado ao professor onde ele aprendeu. Vendo se você se identifica com a proposta desse tipo de Yoga. Para encerrar, é preciso frisar que não existe um Yoga superior, mais completo ou melhor que os demais. Cada método se adapta melhor para objetivos diferentes. O melhor Yoga é aquele que funciona para você, que satisfaz suas necessidades e preenche suas expectativas. Cabe lembrar, não obstante, que o Yoga é uma espiritualidade cuja meta fundamental é a liberdade, o reconhecimento de que já somos a felicidade que buscamos. Esse ensinamento deve estar presente nas práticas, independentemente do nome que elas tiverem. Boas práticas!